domingo, 30 de janeiro de 2011

DIVÓRCIO E RE-CASAMENTO

Algumas considerações:

Para formar uma doutrina temos que ver tudo o que a Bíblia diz sobre o assunto, mas sempre devemos começar no Novo Testamento, pois a Igreja está fundamentada na Doutrina dos Apóstolos. Portanto, primeiro veremos o que Jesus diz sobre o assunto e depois o que os apóstolos disseram.

Para compreendermos bem o assunto temos que primeiro ver os textos claros (aqueles que não dão margem para interpretações) e depois ver os obscuros para que a luz dos claros possamos interpretá-los.

Nunca devemos partir de um caso para a Escritura, mas sim depois de termos uma posição clara, analisarmos cada caso, a luz da Escritura.

Nós temos seguido uma ordem de textos que nos tem ajudado, pois começamos com Jesus e os textos claros, depois os apóstolos e os textos claros, depois olharemos os obscuros.

Vamos a eles:

Marcos 10.2-12 : Aqui está bem clara a posição do Senhor. Os fariseus vem tentá-lo e Ele lhes mostra claramente que quem se separa e casa de novo comete adultério. Não há necessidade de interpretação, o texto está claro. Alguns neste texto querem encontrar apoio para a parte inocente, pois só fala do que repudia e casa de novo, mas não fala sobre o que foi repudiado. Vamos para o próximo texto que esta dúvida será tirada.

Lucas 16.18 : Aqui o Senhor deixa claro que tanto o que repudia como o que é repudiado, se casarem de novo, cometem adultério. O texto não dá margem para interpretações dúbias, ele é bem claro.

Vamos para os apóstolos.

Romanos 7.2-3 : Aqui Paulo, o apóstolo, está dando um exemplo, está mostrando com uma realidade visível, uma realidade espiritual. Alguns dizem que não podemos tomar este texto, pois o tema não é o casamento, mas eu digo que podemos, pois o apóstolo jamais iria exemplificar uma realidade espiritual com uma mentira, ou uma suposição. Portanto, aqui o apóstolo está colocando claramente o seu entendimento sobre o que era um casamento e que ele era indissolúvel, além do mais este mesmo texto é citado, pelo apóstolo, em 1 Cor 7.39 e neste capítulo está falando sobre casamento.

1 Coríntios 7.10-11 : Aqui o apóstolo está dizendo que o Senhor ordena e não ele...isto é muito forte. E o que é que o Senhor ordena: que não se separem, mas se vierem a separar-se que não se casem. Está muito claro, pois o apóstolo está passando o que recebeu do Senhor. Só existem duas opções: ficar casado até que a morte os separe, ou separar-se e ficar só. Não há uma terceira opção.

1 Coríntios 7.12-15 : Aqui o apóstolo deixa bem claro que não é o Senhor que está ordenando, mas sim ele. Será que o apóstolo teria coragem de acrescentar algo ao que o Senhor teria dito, ou mudar o que o Senhor falou? Não, de jeito nenhum. O que o apóstolo fez foi aclarar situações complicadas, de irmãos casados com incrédulos, de pessoas que não queriam conviver juntas, pois o mandamento do Senhor era tão forte quanto a não se separarem que alguns ficavam sofrendo com homens ou mulheres que não queriam mais conviver com eles. Então o apóstolo para estes diz: “...que se o incrédulo quiser apartar-se que se aparte, que o irmão não está obrigado a esta servidão”, mas em momento algum diz para casarem de novo. Se o apóstolo está dizendo que ele permite o novo casamento enquanto o outro estiver vivo, ele está claramente indo contra o que o Senhor disse. Não posso crer que o Senhor diz algo e que o apóstolo vai lá e diz outra coisa.

Vejamos os textos obscuros:

Mateus 19.3-12 : Aqui Jesus está sendo provado pelos fariseus (estamos deixando de lado, propositadamente os textos de Mateus 5, pois falam a mesma coisa que em Mateus 19). O verso 9 é o mais polêmico. Não podemos querer interpretá-lo isoladamente. Isso seria desonestidade para com a palavra de Deus.

Mateus 19.3 : Os fariseus vieram para experimentar a Jesus (todas as vezes que Jesus foi confrontado pelos fariseus, Ele os ridicularizava, e nós, a igreja, sempre ficamos com Jesus, mas me parece que nesta situação não. Aqui muitos ficam do lado dos fariseus). Se analisarmos com cuidado veremos que é mais uma tramóia dos fariseus, como em outras situações, mas a resposta de Jesus está nos vs 4,5 e 6 e não no vs 9.

A pergunta dos fariseus era baseada em uma briga entre duas escolas rabínicas, a de Hillel e a de Shamai.

Mas a preocupação de Jesus era defender a indissolubilidade do casamento, Jesus estava ao lado do Pai, não estava com Hillel ou Shamai.

A resposta de Jesus é clara e contundente: “O que Deus ajuntou, não separe o homem”. Para a pergunta que lhe foi feita, esta foi a resposta, ou seja não tem opção, não pode separar por qualquer motivo ou por motivo algum.

A resposta foi tão contundente e forte que eles (os fariseus) lançaram mão de Moisés, isto fica claro no vs 7: “Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?” Se eles tiveram que trazer Moisés na conversa é porque a resposta de Jesus não batia com o que Moisés havia dito.

E no vs 8 Jesus dá uma resposta esclarecedora: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres.” E acrescenta algo de muita importância: “Mas não foi assim desde o princípio.” Jesus mais uma vez declara que está com o Pai no princípio e que está resgatando toda a verdade. Houve desvio, mas Ele está ali para trazer de volta a verdade do Pai no princípio.

Então Ele faz a declaração do vs 9, que tem que ser interpretada a luz de tudo o mais que já lemos e de todo o contexto que estamos analisando do capítulo 19. Aqui Jesus usa a mesma expressão do sermão do monte: “Eu porém vos digo...” Todas as vezes que Ele usou esta expressão, Ele foi muito além da exigência da Lei. Era sempre mais duro e radical. Se ficarmos com o contexto todo, veremos que Ele está sendo mais radical do que Moisés.

Portanto, não posso interpretar este texto de outra forma, pois Jesus fechou a porta quando lhe perguntaram: “É lícito repudiar por qualquer motivo...”, depois fechou a porta quando lhe invocaram Moisés, agora Ele recuaria e diria que é lícito repudiar e casar de novo. Não posso crer por causa de todo o contexto e por causa de que está escrito. Vejamos o vs 9.

Aqui temos algo estranho e simples ao mesmo tempo. Estranho porque na maioria das traduções se usa a palavra adultério em duas ocasiões, mas no original grego há duas expressões bem distintas: ali se usa PORNÉIA e depois MOICHEIA.

PORNÉIA = É um termo amplo. Qualquer relação ilícita.

MOICHEIA = É específica para adultério.

A interpretação deste texto deve ser de acordo com o contexto. Se a relação entre um homem e uma mulher for ilícita, ou seja, está em pornéia, a separação é necessária e o casamento dos dois é ilícito. É o caso daqueles que estão vivendo maritalmente, mas podem estar nas seguintes condições:

Primeiro – Os dois são solteiros, estão em fornicação. Devem ser separados e estão livres para casarem-se um com o outro ou com qualquer outro solteiro.

Segundo – Um é solteiro e o outro já foi casado, devem se separar e o solteiro está livre para casar com outro solteiro e o casado deverá ficar só ou se reconciliar com o antigo cônjuge.

Terceiro – Os dois já foram casados com outros, neste caso os dois estão em adultério. Devem se separar, ficarem só ou se reconciliarem com ao antigos cônjuges.

Jesus fechou completamente a porta sobre a questão. Mas somente os discípulos estão aptos para entender e aceitar isto.

A própria reação dos discípulos deixa claro que Jesus foi radical na questão, eles disseram: “Se essa é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.” Chegaram ao ponto de achar que era melhor não casar, pois a condição era uma só: uma vez casado, casado até a morte. Não havia a opção de um novo casamento enquanto o outro estivesse vivo.

Mas a resposta de Jesus a esta questão dos discípulos é contundente, pois Ele diz: “Nem todos podem receber esta palavra (mas qual palavra? A palavra de ficarem só, por causa do reino de Deus), porque alguns nasceram eunucos, outros foram feitos eunucos pelos homens e outros se fazem eunucos por causa do Reino de Deus.”

Conclusão:

O casamento é uma ordem criacional de Deus, não tem nada haver com doutrina ou cerimônia.

Muitos podem dizer que não se casaram “no Senhor” antes da conversão. Agora que estão “no Senhor” devem casar de novo. Este é o pior dos sofismas porque se baseia no egoísmo, na independência e nos desejos da carne.

Se alguém faz o que Deus determinou na criação, Ele chama isso de “uma só carne”. Este decreto na criação é inviolável. Se não fosse assim, todos os casamentos realizados “no mundo” não seriam casamentos e todos os filhos seriam bastardos.

Como o mundo está todo estragado e a Igreja confusa, é necessário haver ensino e restauração da verdade, antes de se tratar os casos complicados. Mesmo assim, é necessário que se trate cada caso com muito zelo pela Palavra de Deus e amor pelas vidas dos homens.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


“...seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro [...], são rebeldes e companheiros de ladrões...” (Miquéias 3.11; Isaías 1.23)
Ainda não fiz 50 anos, e acredito estar presenciando o começo da apostasia – abandono da fé cristã – em nosso Brasil. Acima de qualquer religião, filosofia ou cultura, está o amor. Mas, onde está o amor? Hoje temos igrejas cheias de bancos e “bancos”. Verdadeiros missionários (que foram chamados para uma missão, que amam as pessoas e cuidam delas) estão longe dos microfones, das câmeras, dos cofres. Pessoas passam longe das igrejas porque só conseguem ver um cristianismo mercantil, uma fé no homem, uma comoção em massa que não tem nada de divino, nada de amor ao próximo, nada de uma entrega pessoal, voluntária e generosa. O missionário entrega tudo. O mercenário toma tudo. Meu maior direito como “filho do Rei” é participar daquilo que dá conteúdo, autoridade e propósito ao Cristianismo: a Cruz de Cristo, o Filho de Deus, Único Salvador, Cordeiro Santo que deu a vida por pessoas que não a merecem: nós. Sabe? Gosto de ganhar dinheiro, de ter saúde, de ser valorizado. Mas, quando entreguei minha vida nas mãos do Nazareno Ressurreto, entreguei também meus pecados todos. E ganhei de presente o Seu maravilhoso fardo! Quero gastar meus dias terrenos buscando o prêmio que o ladrão não rouba, que a crise não corrói, que o tempo não desvaloriza. Nada pode se comparar nem comprar o perdão, a plenitude de Deus e a Vida Eterna com Ele, da qual tenho certeza plena e inegociável.

Jairo Larroza, 05jul2010seg21h05m

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

EVANGELHO DO REINO

A igreja evangélica está equivocada em muitas práticas, por causa do evangelho que prega, que também é equivocado.

O manual utilizado nestes dias não é o mesmo da igreja de Atos.



Lc 16.16 = “A lei e os profetas vigoraram até João Batista. A partir daí é anunciado o Evangelho do Reino...”



As confusões hoje nas denominações, sempre cheias de inovações, se dá pela utilização do Velho Testamento como fonte de informação.



Todos os mandamentos dados por Deus, através de Moises, aos judeus visava a edificação de uma nação.



Hoje Deus está edificando Sua igreja, a noiva do Cordeiro.



Para a nação de Israel, Salomão construiu um templo, onde Deus visitaria, a qual foi chamada “casa de oração”.



Hoje, a Palavra afirma:



At 7:48 – “O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens”.



1Co 6.19 – “nosso corpo é o santuário do Espírito Santo”.



No Novo Testamento não há uma referência sequer de discípulos que tenham construído algum templo para se reunirem, como igreja, nele.



O Velho Testamento era apenas a sombra das coisas que deveriam vir. Hoje já não nos serve como parâmetro a ser seguido.



Hb 1.1-2 – “...hoje nos fala pelo Filho”



At 2.42 - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos...”



Jesus veio pregando o Evangelho do Reino



Mt 4.23; 9.35; Mc 1.14,15; Lc 4.43; 8.1; 9.60)



CONCEITO



Para entendermos o que é Evangelho do Reino, precisamos compreender qual é o pecado do homem.



O problema do homem com Deus não está nas coisas erradas que faz, mas na atitude interior de independência e rebelião.



Os pecados cometidos (mentira, homicídios, furtos, etc.) são conseqüências da atitude interior de independência.



Com o pecado, Adão e toda sua descendência passou a ter o seu EU no governo de sua vida. Passou a viver para si, para sua auto-satisfação.



Isso tornou o homem inútil para Deus, pois não há nada no homem que possa agradar a Deus.



O Evangelho do Reino é a solução para essa situação caída do homem.



O Evangelho do Reino anuncia um Rei, um Senhor.



O Evangelho do Reino é o evangelho que está baseado no Senhorio de Cristo Jesus, e não nas necessidades do homem.



Ele produz o fim da rebelião e da independência do homem.



CONTEÚDO DO EVANGELHO PREGADO POR JESUS



Mc 8.34-35



Lc 14.26 e 33



Paulo compreendeu bem qual a mensagem que deveria transmitir:



1Co 1.17-18



Gl 6.14 = “...na cruz de Cristo...através da qual estou crucificado para o mundo...”



O Evangelho do Reino é a mensagem da morte do homem, de sua crucificação, e o anúncio de um novo Rei, Senhor e dono.



No Eden o homem quis ser Deus, dono de si mesmo. O Evangelho do Reino é a proclamação de que o homem deve morrer, estar crucificado para o mundo; deve negar a si mesmo (seus gostos, vontades, idéias, sabedoria, sentimentos), renunciar a tudo quanto tem ou venha a ter - para que Jesus se torne o Senhor de sua vida; o dono; o que manda.



APLICAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO



O Evangelho do Reino não é para ser pregado apenas, mas, principalmente, deve ser aplicado.



A aplicação do E.R., em primeiro lugar, deve ser em minha vida. Para eu me tornar um discípulo de Cristo devo estar submisso a Ele. Se Ele é o Senhor, o que manda, o que dá as ordens, eu sou o que se submete totalmente.



A submissão não é uma opção, mas uma condição para ser salvo. Ela não é um alvo a ser alcançado, mas está na porta de entrada do Reino de Deus.



Jesus aplicou o Evangelho do Reino.



Mc 10.17-23 = O jovem rico tinha um problema sério que o impediria de seguir incondicionalmente o Senhor: suas riquezas. Jesus aplicou o Evangelho do Reino, estabelecendo que para segui-lo primeiro deveria vender tudo o que possuía e dar aos pobres.Lc 9.57-58